sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Planeamento de uma aula...

A) Nível/ Etapa de Ensino


- 2ª série do Ensino Fundamental ou 3º ano do Fundamental I

B) Temática focalizada

- Contos

C) Justificativa

- Muitas crianças apresentam dificuldades na leitura e escrita, portanto é importante diversificar os portadores de textos para incentivá-los nessa difícil tarefa de ler e escrever. Atividades como reescrever um conto, podem vir a contribuir muito para que os alunos aprofundem os conhecimentos já adquiridos até o momento e venham a reconstruir algumas lacunas. Contudo, esta temática dos contos se propõe a ampliar o conhecimento dos alunos em dois aspectos: o do conhecimento da língua em relação ao sistema de escrita e a dos conhecimentos relacionados à linguagem escrita, concretizados nas diversas práticas sociais em que se lê e escreve.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no Contexto Social...

Narrativa – Isabela (5 anos)
- Um dia, fui em um lugar que tinha um monte de bichinhos. Até o coelho da páscoa estava lá! Ele disse que ia me trazer um montão de ovinhos de chocolate se eu ajudasse ele a levar os ovinhos para outras crianças. Ah! Lá também tinha uma galinha gigante, uma galinhona. Eu até subi nas costas dela e voamos lá em cima.

Detalhe: A professora falou que naquela semana haviam visitado uma exposição de animais na cidade. Um lugar onde os produtores expõem seus animais para comércio. Disse que a maioria das crianças se encantou com uma ema, o que certamente foi associada a uma “galinha gigante”.
Com isso foi possível constatar que essa criança utilizou uma mistura de elementos reais com ficção, o que é chamado de sincretismo. De acordo com seus critérios pessoais, ao ver um coelho, prontamente o associou ao coelho da páscoa, ou seja, através da imaginação foi possível criar um momento em que o coelho conversou com ela, bem como o outro momento em que voou nas costas de uma galinha.
Outro aspecto observável foi que a criança utilizou seus construtos para identificar a ema como sendo uma galinha, afinal, certamente até aquele momento o único animal de bico e com penas que conhecia era uma galinha. Portanto, utilizou seus parâmetros que serviram como referência para a comparação que fez. Segundo (GASTALDI), "[...] A narrativa (primeira estrutura da oralidade com que a criança tem contato em seu cotidiano) é, portanto, o que modela e estimula a atividade mental [...]". Esse estímulo acontece durante toda a narrativa, desde o encadeamento dos fatos até o próprio ato de experimentar a ficção e viver algo que não é possível. Dessa forma a criança utiliza a linguagem na organização do pensamento.
A postura da família e do professor, nessa fase, é de fundamental importância, lembrando que é um momento em que podem auxiliar a criança a expressar-se melhor.
Contar histórias é um ótimo exercício de imaginação, dessa forma os pequenos aprendem a lidar com situações que virão a fazer parte da realidade. Para WINNICOTT, essas simbolizações fazem parte do que ele chamou de “espaço potencial”, ou seja, “[...] trata-se de uma área de experiência em que os pequenos podem brincar com a realidade, em que dão um sentido pessoal aos elementos do ambiente e os elaboram à sua maneira para com eles poder lidar [...]”.
Portanto, é necessário que o professor não tire conclusões precipitadas em relação as narrativas das crianças, ou seja, não significa necessariamente que ao narrar uma luta ou uma briga, ela esteja se reportando a algum acontecimento vivenciado por ela. Em geral, esse tipo de vivência faz com que a criança reprima esses fatos, uma vez que são muito dolorosos para ela.
Vivi